sexta-feira, 10 de abril de 2009

HELOÍSA

Heloísa era uma menina na qual sua imagem nunca seria perfeitamente interpretada. A cada momento, uma face. A cada sentimento, uma coloração. O seu rosto, e as diversas transformações que expressava, dava nomes, ainda que numa linguagem sem palavras, aos sentimentos que ainda não foram descobertos ou inventados. Era a garota que expressava descobertas futurísticas pelo simples ato de sussurrar. Entretanto, aqueles que a amavam podiam ler e sentir, enquanto prestavam atenção, o quanto a energia de sentimentos positivos exalavam da sua existência. Existia algo anormal em sua pessoa. Algo que nenhuma menina possuía. Algo santo, sacro. Por mais que eu tentasse deter-me em seu olhar, em sua pele repleta de sardas, jamais conseguiria fotografar com exatidão a beleza da sua pessoa. Heloísa era desprovida da fragilidade de ser capturada pela superficialidade das imagens. Aquela menina estava muito acima disso.

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