sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Paradoxos

Dou-me de presente todas as idéias. Só não me dou de presente a idéia de infinito. Não me acostumei em vida a justificar qualquer hierarquia, não me acostumei a pensar a desigualdade. A relação do homem com o infinito não passa pelo campo do saber. O infinito é um desejo que se nutre de sua própria fome de... infinito!Eu, um metafísico?! De jeito nenhum. Encantam-me os paradoxos. Ou melhor: sou vítima dos paradoxos. Se levanto o punhal para assassiná-los, os paradoxos zombam de mim. Quanto mais zombam de mim, mais os admiro, por sua inconsistência sedutora. Ah! Os paradoxos!... Tento corrigi-los. Ossos do ofício de quem foi um dia revisor de jornal!

Sobre o(a) autor(a):
Nasceu em Quebrângulo, AL (1892-1953). Chegou a ser prefeito da pequena cidade de Palmeira dos Índios, AL. Sempre preocupado com problemas do ensino no Brasil. Preso em 1936 sob suspeita de ligação ao PCB. Principal romancista da 2ª fase do Modernismo.

0 comentários: